Nunca tinha pensado em participar de uma corrida de rua. Aliás, não fazia nenhuma exercício físico. Mas a vida, obviamente ela, nos surpreende e, em janeiro de 2006, juntamente com a minha namorada comecei a correr para perder peso. Precisava emagrecer para um feito vital, uma salvação: cirurgia de transplante inter-vivos, doação de metade do meu fígado ao meu pai. Pois bem, o objetivo era sério, livremente determinado e bem fundamentado, e isto, tornou a tarefa de sair do sedentarismo intensa, pois tinha foco e prazo. Sem técnica, modismo, preparo e desculpas, eu simplesmente corria e quando doía ou estava cansado pensava no meu pai. Assim, em pouco tempo emagreci 7kg e com a saga e aprovação de inúmeros exames médicos o transplante programada para alguma data no final de 2006.
Antes mesmo de marcarem a data, meu pai sofreu uma intercorrência médica. No susto, tomei a decisão certa: em alta velocidade viajei com ele de SJCampos até o Hospital das Clinicas em SP (onde fazia o acompanhamento pro transplante); foi internado e operado de um problema reflexo à cirrose e por Providência Divina, somado à vontade do meu pai em se tornar uma pessoa melhor, milagrosamente, ele começou a ter uma substancial melhora de seu quadro clínico, culminando com a derradeira necessidade de um transplante hepático. Resumo bem esse período para esquecer os detalhes dramáticos desta história. Hoje pai hoje, é outro pai, e desta nossa superação resultou o legado das corridas de rua em minha vida.
As primeiras corridas em eventos esportivos foram bem difíceis devido a inexperiência, mas se antes eu corria para emagrecer, hoje corro para me sentir bem (e também comer bem), fazer amizades, viajar e manter-se ativo.
Michel
Nenhum comentário:
Postar um comentário